Gabriel precisou de algum tempo para convencer os adeptos do Benfica, e as melhores exibições surgiram já sob o comando de Bruno Lage, até que uma lesão ditou o fim precoce da temporada.
Em entrevista à TVI depois da conquista do título, o médio brasileiro faz um balanço de uma temporada digna de uma montanha-russa, sobretudo a nível pessoal, e assume estar ansioso por regressar aos relvados.
O Gabriel foi um dos jogadores que ganhou mais destaque com a entrada de Bruno Lage, até à lesão. O que mudou com a mudança de trenador?
Gabriel: O que o Bruno Lage mudou foi a mentalidade e a dinâmica. Eu começar a jogar…foi escolha dele. Mas a mentalidade foi outra, deu mais dinâmica, união e força. Foi o fator principal.
Sentiu que tinha mais possibilidade de ser titular?
G: Continuei a fazer o meu trabalho, mas quando tens oportunidade de mostrar realmente o teu potencial… foi isso que me fez ganhar a posição.
Depois surge a lesão, quando estava a atravessar o melhor momento? O que sentiu nesse momento, quando percebeu que era o fim da época?
G: Foi o momento mais triste. Estava no meu melhor momento, mas acontece. É uma coisa normal no futebol. Mas foi uma tristeza imensa. Depois de saber que não ia jogar mais tive uns dias muito negativos, mas depois tive de mudar o chip e colocar a força na recuperação, para voltar bem. Graças a Deus já estou bem, a cem por cento, e não vejo a hora de voltar.
A partir do momento em que se lesiona, sentiu que seria importante para dar apoio no balneário? Aumentou a responsabilidade nesse aspeto?
G: Sim. Ao perceber que já não podia ajudar os colegas dentro de campo, então tinha essa parte da motivação, de tornar o ambiente agradável, ajudar aquele colega que está a precisar. Também tive de pensar nisso. Tal como eu estava a precisar de um apoio, outras pessoas precisavam. Essa parte psicológica foi importante. Senti que tinha essa importância no balneário.
Houve muitas oscilações no rendimento da equipa. Como é que a equipa lidou com isso, sobretudo na fase em que estava a sete pontos do FC Porto?
G: A nossa reação foi a melhor possível. Pois no pior momento da época unimo-nos como uma família. Mostrámos que a nossa força era a nossa união, e fizemos uma segunda parte excecional. Os números não deixam mentir. A nossa reação foi essa união, e foi isso que trouxe a conquista.
Qual foi o momento de viragem, no qual ficaram convencidos que iam ser campeões?
G: O jogo com o FC Porto, no Dragão… saímos com um resultado positivo, conseguimos ficar em vantagem, e para mim foi o momento em que senti o cheirinho da conquista.
Como foi a integração dos reforços e dos jogadores jovens da formação que subiram à equipa principal?
G: Os jogadores mais velhos são fundamentais. Quem chega tem o Jonas, Jardel, Pizzi, André Almeida… esses pilares dão o conforto para os mais novos, ou até para jogadores como eu, que chegam ao clube. Isso deixa os jogadores à vontade para jogarem.
Já disse que está ansioso por voltar. Já estabeleceu alguma meta para a próxima temporada?
G: Não coloco nenhuma meta. Se continuarmos a conquistar títulos, sejam quais for os meus números, está ótimo.